Egípcios comuns buscavam e encontravam satisfação para as suas necessidades religiosas diárias na piedade pessoal, que existia paralelamente, e em certa medida separadamente, dos cultos oficiais dos templos. Uma relação pessoal com as divindades era um modo de exprimir os seus sentimentos de gratidão e felicidade, por um lado, e de preocupação e infelicidade por outro. A ajuda dos deuses era invocada par emergências do dia-a-dia: doenças e morte, fertilidade e prosperidade. Bes e Taueret eram particularmente populares entre as pessoas comuns, mas a devoção pessoal era também dirigida ao deus Amon de Tebas "o que está ao lado do que está estendido" e ao deus Ptah "no muro". Para proteger as crianças contra possíveis ameaças, as mães apelavam à deusa Ísis, que foi bem sucedida a criar o seu filho Hórus num ambiente hostil. O deus Harpócrates era chamado para curar mordidas de cobras e picadas de escorpiões. O sábio divinizado Imhotep, arquitecto do faraó Djoser, era também adorado como curandeiro. Os egípcios protegiam-se contra todos os perigos possíveis com amuletos. As chamadas "estelas de orelha" e outras oferendas votivas, que podem ser encontradas em várias colecções mostram que os egípcios acreditavam que as suas orações e pedidos de ajuda eram realmente escutados. Uma expressão importante de piedade pessoal tomava a forma de culto mortuário. O defunto fazia parte da sociedade. Os túmulos eram visitados regularmente com o objectivo de trazer oferendas. Aqui eram preparadas refeições nas quais se contava que o defunto tomasse parte.