A porta falsa dentro da capela tumular ou da câmara de culto é uma prova do elo entre o defunto e o culto funerário. Dentro da superstrutura da mastaba está uma câmara fechada por detrás de uma porta falsa, na qual uma estátua serve de veículo para a alma no túmulo. O ritual de oferendas faz-se em frente a esta porta falsa. Os componentes da porta são os seguintes: há um alizar interior e um exterior tripartido, uma passagem em miniatura representada entre as ombreiras com uma esteira enrolada e pendurada sobre a abertura. Entre os lintéis interiores e exteriores da estela está uma representação do defunto em frente da mesa de oferendas. Neste caso, o alizar exterior da porta tem uma gola em cornija e um friso de toro que está ele próprio enquadrado por um terceiro alizar. Os três alizares têm inscrições que contêm a fórmula de oferendas convencional com o nome da defunta. Quase todas as partes inferiores das ombreiras têm representaçoes em relevo da defunta. Ela é a senhora Ankhet, com o "bom nome" de Mutcherit, que pode traduzido como "pequena mãe".
Uma oferenda que o rei faz, (uma oferenda que) Anúbis (faz), o que está sobre a sua montanha, que está dentro da tenda de embalsamamento, uma oferenda mortuária para a venerável junto do grande deus, Ankhet, chamada Mutcherit. A conhecida do rei e sacerdotisa de Hathor, a venerável Ankhet. Uma oferenda que o rei faz, (uma oferenda que) Anúbis (dá), o que está sobre a sua montanha, uma oferenda funerária para a venerável Mutcherit. Para a venerável Ankhet. Mil pães e canecas de cerveja, mil vitelos e aves, mil recipientes de alabastro e linho para a venerável Ankhet. A venerável Mutcherit. (a venerável) Ankhet, chamada Mutcherit.
Bibliografia
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